Publicada em 6/6/2020
Depois da pandemia vem o pandemônio: caos socioeconômico e grave crise institucional
*Por: Fernando Silva
O vírus é uma entidade sedentária. Ele não tem dinamismo próprio e necessita de uma célula para sobreviver. É inerte na natureza. A análise etimológica do termo epidemia ilustra a “insignificância” da “coisa”. Epi= sobre. Demos=povo. Então, numa epidemia, o vírus se desloca sobre a multidão.
Mas, atenção: um vírus não provoca pandemia, mas o homem. O “bichinho” apenas utiliza o organismo humano para se deslocar pela superfície do planeta. Os habitantes da Terra são uma espécie de aviãozinho do venenoso assassino. Com essa dinâmica de locomoção, o novo coronavírus saiu da China, chegou à Europa e aterrissou na América.
E faz um turismo devastador.
Até agora (6/06), 6.416.828 pessoas foram contaminadas nos quatro cantos do mundo. A sociedade global contabiliza 382.867 mortos nessa tragédia sanitária. No Brasil, a COVID- 19 se transformou numa imensa fábrica de defuntos. Até ontem (5/06), o país havia empilhado 35.047 cadáveres. Um total de 646.006 brasileiros foi infectado.
Pela projeção de pesquisadores da Universidade de Washington, o número de mortos ultrapassará a casa de 100 mil até o início de agosto. A maior nação da América Latina agora é o epicentro da pandemia. Uma catástrofe sem precedentes. E a situação poderia ser muito pior. O Sistema Único de Saúde (SUS)- um grande exemplo de eficiência de política pública - evitou um mal maior. O pico do contágio não está visível na linha do horizonte. O platô (achatamento da curva ascendente) ainda encontra-se muito distante.
Mas, em meio a todo esse caos, uma atitude causa intensa preocupação: a precipitada flexibilização da quarentena em todo o território nacional. Governadores e prefeitos começam amaciar as regras do isolamento social. A experiência internacional demonstra que essa medida só é viável com o decréscimo no percentual de doentes. E esse não é o caso do Brasil, onde o índice de infestação aumenta a cada dia. A disseminação de contágios não está sob controle. Pelo contrário. O risco de uma segunda onda- com consequências inimagináveis- não está descartado.
Mas, e depois da pandemia? O que o futuro reserva à “Terra de Santa Cruz”? O clímax de mortalidade acontecerá em agosto (o mês dos grandes desastres). O panorama tende a amenizar apenas no final do ano. E não há motivos para comemorações. Afinal, ainda conviveremos com a COVID-19 por cerca de 18 meses. É o tempo mínimo necessário para o desenvolvimento de uma vacina.
Bolsonaro e Cia, portanto, herdarão um cenário de terra arrasada. As expectivas socioeconômicas do pós- pandemia não são nada animadoras. A retração do PIB será de até 6,25%, segundo estimativas do Boletim Focus. Esse indicador negativo antevê a maior crise financeira da história. Efeitos desse declínio: 1)- a mais gigantesca onda de desemprego de todos os tempos. 2)- Número recorde de falência de empresas e órgãos públicos. 3)- Caos social, com a disparada da violência. 4) Um acentuado salto nas ocorrências de assassinatos, agressões, assaltos e depredações.
E tem um complicador a mais: a irresponsabilidade política de certo psicopata jogará o país numa grave crise institucional. Como se vê, depois da pandemia vem o pandemônio. Mas o que fazer nesse momento? Há uma opção: torcer para que Deus assuma definitivamente a sua nacionalidade tupiniquim. É uma esperança.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NotíciasUai.
*Por: Fernando Silva
O vírus é uma entidade sedentária. Ele não tem dinamismo próprio e necessita de uma célula para sobreviver. É inerte na natureza. A análise etimológica do termo epidemia ilustra a “insignificância” da “coisa”. Epi= sobre. Demos=povo. Então, numa epidemia, o vírus se desloca sobre a multidão.
Mas, atenção: um vírus não provoca pandemia, mas o homem. O “bichinho” apenas utiliza o organismo humano para se deslocar pela superfície do planeta. Os habitantes da Terra são uma espécie de aviãozinho do venenoso assassino. Com essa dinâmica de locomoção, o novo coronavírus saiu da China, chegou à Europa e aterrissou na América.
E faz um turismo devastador.
Até agora (6/06), 6.416.828 pessoas foram contaminadas nos quatro cantos do mundo. A sociedade global contabiliza 382.867 mortos nessa tragédia sanitária. No Brasil, a COVID- 19 se transformou numa imensa fábrica de defuntos. Até ontem (5/06), o país havia empilhado 35.047 cadáveres. Um total de 646.006 brasileiros foi infectado.
Pela projeção de pesquisadores da Universidade de Washington, o número de mortos ultrapassará a casa de 100 mil até o início de agosto. A maior nação da América Latina agora é o epicentro da pandemia. Uma catástrofe sem precedentes. E a situação poderia ser muito pior. O Sistema Único de Saúde (SUS)- um grande exemplo de eficiência de política pública - evitou um mal maior. O pico do contágio não está visível na linha do horizonte. O platô (achatamento da curva ascendente) ainda encontra-se muito distante.
Mas, em meio a todo esse caos, uma atitude causa intensa preocupação: a precipitada flexibilização da quarentena em todo o território nacional. Governadores e prefeitos começam amaciar as regras do isolamento social. A experiência internacional demonstra que essa medida só é viável com o decréscimo no percentual de doentes. E esse não é o caso do Brasil, onde o índice de infestação aumenta a cada dia. A disseminação de contágios não está sob controle. Pelo contrário. O risco de uma segunda onda- com consequências inimagináveis- não está descartado.
Mas, e depois da pandemia? O que o futuro reserva à “Terra de Santa Cruz”? O clímax de mortalidade acontecerá em agosto (o mês dos grandes desastres). O panorama tende a amenizar apenas no final do ano. E não há motivos para comemorações. Afinal, ainda conviveremos com a COVID-19 por cerca de 18 meses. É o tempo mínimo necessário para o desenvolvimento de uma vacina.
Bolsonaro e Cia, portanto, herdarão um cenário de terra arrasada. As expectivas socioeconômicas do pós- pandemia não são nada animadoras. A retração do PIB será de até 6,25%, segundo estimativas do Boletim Focus. Esse indicador negativo antevê a maior crise financeira da história. Efeitos desse declínio: 1)- a mais gigantesca onda de desemprego de todos os tempos. 2)- Número recorde de falência de empresas e órgãos públicos. 3)- Caos social, com a disparada da violência. 4) Um acentuado salto nas ocorrências de assassinatos, agressões, assaltos e depredações.
E tem um complicador a mais: a irresponsabilidade política de certo psicopata jogará o país numa grave crise institucional. Como se vê, depois da pandemia vem o pandemônio. Mas o que fazer nesse momento? Há uma opção: torcer para que Deus assuma definitivamente a sua nacionalidade tupiniquim. É uma esperança.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NotíciasUai.