Publicada em 20/3/2020
Coronavírus: a possibilidade de cancelamento das eleições municipais deste ano é concreta
Por: Fernando Silva
O avanço de contágio por COVID-19 é avassalador. A pandemia invadiu os quatro cantos do planeta. Em alguns países, a situação é caótica. A Itália tem o maior índice de infectados. Já ultrapassou a China. A terra de Dante Alighieri virou um inferno. O mais arrepiante filme de terror não apresentaria um enredo tão devastador.
Alguns dados estatísticos, porém, reacendem a esperança de dias melhores. O número de doentes chineses teve uma queda acentuada nas últimas semanas. Outro resultado alentador: o sucesso da Coreia do Sul no combate ao Coronavírus. A estratégia do estado asiático é um grande exemplo a ser seguido.
No início dessa tragédia global, o governo de Seul apresentou a segunda maior quantidade de contaminados do mundo, atrás apenas da China. Em pouco tempo, as notificações caíram consideravelmente. A mortandade diminuiu de forma acentuada. As rigorosas medidas preventivas deram respostas satisfatórias. Resultado: os últimos levantamentos oficiais revelaram apenas 66 mortos num universo de oito mil enfermos.
O quadro brasileiro ficará dramático nos próximos dias. A previsão é de milhares de novos contaminados no mês de abril. O mais preocupante é o crescimento alarmante da soma de vítimas do vírus.
Mas atenção. Esse panorama não é motivo para pânicos ou paranoias coletivas. A letalidade (relação entre os números de contaminados e mortos) ainda é relativamente pequena. O índice situa-se em torno de 3%. Esse percentual é bem abaixo dos 10% do Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-cov2).
A diferença, porém, é a rapidez da propagação do Coronavírus. A principal causa de óbito é a faixa etária aliada a fatores críticos. O grupo de alto risco é formado por diabéticos, hipertensos, cardiopatas e pessoas com reduzida imunidade. Os seguintes índices esclarecem essa realidade. A perspectiva de óbito aumenta com a idade. Adultos (de até 50 anos): 2% a 3%. Indivíduos de 60 a 69 anos: 3,3%. Entre 70 e 79 anos: 8%. Idosos acima de 80 anos: 15%.
Convém ficar atento a esse dado fundamental: o crescimento da contaminação comunitária (origem indefinida do contágio) evidencia que a COVID-19 já circula livremente no meio ambiente. Então é hora de ações mais drásticas por parte das autoridades. Apesar da complexidade do problema sanitário, é fácil evitar o contágio. As regras de higiene amplamente divulgadas se transformaram em armas eficientes nessa luta contra a moléstia. Manter-se dentro de casa e evitar aglomerações também são atitudes relevantes.
As projeções da comunidade científica brasileira indicam que a pandemia alcançará o seu epicentro entre os meses de junho e julho. As consequências socioeconômicas desse avanço, porém, ainda são imprevisíveis. Um motivo para apreensão: apesar da eficiente atuação do Ministério da Saúde, estados e municípios, o conjunto de leitos nas redes pública e privada é insuficiente para atender a demanda de contaminados. As vagas nas UTI(s) também são muito precárias.
A estabilização do contágio ocorrerá em agosto. O início do declínio acontecerá nos meses de setembro e outubro. Há grande probabilidade da decretação de quarentena no auge da crise (entre junho e agosto). Isso significa que o Brasil ficará literalmente paralisado durante certo período. A população não poderá deixar suas casas. Apenas supermercados e farmácias funcionariam nesse contexto. Itália, França, Espanha e Argentina já convivem com essa anormalidade legal e necessária.
A rápida disseminação da COVID-19 fatalmente provocará o cancelamento das eleições municipais desse ano. A propaganda eleitoral começará no dia de 16 de agosto. Na ocasião, não haverá clima físico/ emocional para uma campanha política. A comoção popular estará em seu ponto máximo. A queda na contaminação acontecerá nos dois meses seguintes. A votação está prevista para 4 de outubro. Nesse caso, não existiria a menor possibilidade do comparecimento de 147 milhões de cidadãos às seções eleitorais. O Coronavírus ainda não estará totalmente dominado no dia do pleito.
PS1: O cancelamento das eleições municipais provocará significativa alteração no calendário eleitoral dos próximos anos. É improvável o adiamento do sufrágio para 2021. Nesse caso, não está descartada a prorrogação dos atuais mandatos de vereadores e prefeitos por mais dois anos. Com isso, os pleitos municipais coincidiriam com as eleições para presidente da república, governadores, deputados e senadores.
PS2: A Itália superou a China e é o país com maior número de mortos pela pandemia do Coronavírus: 3405 óbitos
PS3: As últimas medidas do prefeito Ronaldo Magalhães foram duras, mas totalmente imprescindíveis. Atitudes como essas podem conter de forma bastante satisfatória o avanço do Coronavírus na cidade. A população também precisa colaborar de forma radical. É uma simples questão de escolha: vida ou morte.
Por: Fernando Silva
O avanço de contágio por COVID-19 é avassalador. A pandemia invadiu os quatro cantos do planeta. Em alguns países, a situação é caótica. A Itália tem o maior índice de infectados. Já ultrapassou a China. A terra de Dante Alighieri virou um inferno. O mais arrepiante filme de terror não apresentaria um enredo tão devastador.
Alguns dados estatísticos, porém, reacendem a esperança de dias melhores. O número de doentes chineses teve uma queda acentuada nas últimas semanas. Outro resultado alentador: o sucesso da Coreia do Sul no combate ao Coronavírus. A estratégia do estado asiático é um grande exemplo a ser seguido.
No início dessa tragédia global, o governo de Seul apresentou a segunda maior quantidade de contaminados do mundo, atrás apenas da China. Em pouco tempo, as notificações caíram consideravelmente. A mortandade diminuiu de forma acentuada. As rigorosas medidas preventivas deram respostas satisfatórias. Resultado: os últimos levantamentos oficiais revelaram apenas 66 mortos num universo de oito mil enfermos.
O quadro brasileiro ficará dramático nos próximos dias. A previsão é de milhares de novos contaminados no mês de abril. O mais preocupante é o crescimento alarmante da soma de vítimas do vírus.
Mas atenção. Esse panorama não é motivo para pânicos ou paranoias coletivas. A letalidade (relação entre os números de contaminados e mortos) ainda é relativamente pequena. O índice situa-se em torno de 3%. Esse percentual é bem abaixo dos 10% do Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-cov2).
A diferença, porém, é a rapidez da propagação do Coronavírus. A principal causa de óbito é a faixa etária aliada a fatores críticos. O grupo de alto risco é formado por diabéticos, hipertensos, cardiopatas e pessoas com reduzida imunidade. Os seguintes índices esclarecem essa realidade. A perspectiva de óbito aumenta com a idade. Adultos (de até 50 anos): 2% a 3%. Indivíduos de 60 a 69 anos: 3,3%. Entre 70 e 79 anos: 8%. Idosos acima de 80 anos: 15%.
Convém ficar atento a esse dado fundamental: o crescimento da contaminação comunitária (origem indefinida do contágio) evidencia que a COVID-19 já circula livremente no meio ambiente. Então é hora de ações mais drásticas por parte das autoridades. Apesar da complexidade do problema sanitário, é fácil evitar o contágio. As regras de higiene amplamente divulgadas se transformaram em armas eficientes nessa luta contra a moléstia. Manter-se dentro de casa e evitar aglomerações também são atitudes relevantes.
As projeções da comunidade científica brasileira indicam que a pandemia alcançará o seu epicentro entre os meses de junho e julho. As consequências socioeconômicas desse avanço, porém, ainda são imprevisíveis. Um motivo para apreensão: apesar da eficiente atuação do Ministério da Saúde, estados e municípios, o conjunto de leitos nas redes pública e privada é insuficiente para atender a demanda de contaminados. As vagas nas UTI(s) também são muito precárias.
A estabilização do contágio ocorrerá em agosto. O início do declínio acontecerá nos meses de setembro e outubro. Há grande probabilidade da decretação de quarentena no auge da crise (entre junho e agosto). Isso significa que o Brasil ficará literalmente paralisado durante certo período. A população não poderá deixar suas casas. Apenas supermercados e farmácias funcionariam nesse contexto. Itália, França, Espanha e Argentina já convivem com essa anormalidade legal e necessária.
A rápida disseminação da COVID-19 fatalmente provocará o cancelamento das eleições municipais desse ano. A propaganda eleitoral começará no dia de 16 de agosto. Na ocasião, não haverá clima físico/ emocional para uma campanha política. A comoção popular estará em seu ponto máximo. A queda na contaminação acontecerá nos dois meses seguintes. A votação está prevista para 4 de outubro. Nesse caso, não existiria a menor possibilidade do comparecimento de 147 milhões de cidadãos às seções eleitorais. O Coronavírus ainda não estará totalmente dominado no dia do pleito.
PS1: O cancelamento das eleições municipais provocará significativa alteração no calendário eleitoral dos próximos anos. É improvável o adiamento do sufrágio para 2021. Nesse caso, não está descartada a prorrogação dos atuais mandatos de vereadores e prefeitos por mais dois anos. Com isso, os pleitos municipais coincidiriam com as eleições para presidente da república, governadores, deputados e senadores.
PS2: A Itália superou a China e é o país com maior número de mortos pela pandemia do Coronavírus: 3405 óbitos
PS3: As últimas medidas do prefeito Ronaldo Magalhães foram duras, mas totalmente imprescindíveis. Atitudes como essas podem conter de forma bastante satisfatória o avanço do Coronavírus na cidade. A população também precisa colaborar de forma radical. É uma simples questão de escolha: vida ou morte.