Publicada em 7/3/2020
JAIR BOLSONARO PRETENDE IMPLANTAR UMA “REPÚBLICA BOÇALNARIANA” NO BRASIL
Por: Fernando Silva
Jair Bolsonaro e Hugo Chávez são dois líquidos imiscíveis. Não se misturam ideologicamente. Bolsonaro também tem muito de Maduro, embora intelectualmente verde. Chávez foi o inventor de um exotismo chamado República Bolivariana da Venezuela. O capitão brasileiro e o coronel venezuelano são tão desiguais quanto iguais. Divergem na roupagem. Um veste verde. O outro traja vermelho. O pragmatismo, porém, é idêntico.
O governo do Brasil pratica boçalidades múltiplas. Mas, atenção. Não se trata de boçalidade qualquer. As boçalidades bolsonaristas têm métodos e objetivos claros. O final das contas é a implantação de uma neoditatura de republiqueta de bananas no país. E todo o mundo sabe. A aloprada iniciativa provocará graves reações no cenário internacional. O boicote econômico será o primeiro cartão de visita das grandes potências.
Com a tramoia de periferia, Jair cumpriria um compromisso de campanha. O atual morador do Palácio da Alvorada prometeu atrasar os ponteiros do país em 50 anos. A oligarquia familiar já funciona a pleno vapor. O resto será consequência natural do descalabro.
As artimanhas do grupo palaciano preveem a aparição da “República Boçalnariana” do Brasil. O núcleo “pensante” do poder trabalha 24 horas para esse propósito. O projeto está em gestação. O estratagema apresenta três pontos básicos: intimidação da imprensa, destruição moral de adversários políticos e desmoralização das instituições do Estado Nacional.
Apenas uma sutileza natural da democracia impediria o êxito do embrionário regime totalitário: o funcionamento livre e independente do Congresso e Supremo Tribunal de Federal (STF). A imprensa é uma enorme pedra no meio do caminho, mas parte dela já está dominada ($$$$$). A oposição sucumbiu há mais de um ano.
Inequívocos sinais de avanço da patuscada foram emitidos nos primeiros meses desse novo ano. Dois movimentos escancararam a deplorável jogada: o apoio explícito ao motim da Polícia Militar (PM) do Ceará e o incentivo aos protestos de 15 de março.
Note bem. A Constituição Federal proíbe movimentos grevistas de policiais militares e integrantes das forças armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica). Veja o artigo 142, inciso IV, da carta magna. O escandaloso afago de Brasília aos amotinados cearenses tem uma explicação. O Brasil conta com um contingente de 500 mil PMs. Um suporte e tanto para qualquer tentativa golpista. Um detalhe: a Polícia Militar está em ebulição latente em mais dez unidades da federação.
Os protestos de 15 de março são emblemáticos. O ministro Augusto Heleno- um oficial mentalmente desabastecido- convocou a população para essa manifestação contra o Legislativo e STF. Uma iniciativa extremamente grave. Um sério atentado ao estado democrático de direito. E mais bizarro que o gesto do general de pijama foi a morna reação dos representantes dos outros poderes. Uma exceção: Celso de Mello, o decano do STF, emitiu dura nota de repúdio. Enquanto isso, escandalosa timidez dominou a excêntrica paisagem política.
Convém ficar atento. O volume do ronco das ruas, no próximo domingo (15/03), definirá os passos seguintes da peripécia quixotesca de Jair Bolsonaro et caterva. O ditador Hugo Chávez sempre teve considerável apoio popular. Como se vê, o caricato bolivariano tem um aluno exemplar em terras tupiniquins.
Por: Fernando Silva
Jair Bolsonaro e Hugo Chávez são dois líquidos imiscíveis. Não se misturam ideologicamente. Bolsonaro também tem muito de Maduro, embora intelectualmente verde. Chávez foi o inventor de um exotismo chamado República Bolivariana da Venezuela. O capitão brasileiro e o coronel venezuelano são tão desiguais quanto iguais. Divergem na roupagem. Um veste verde. O outro traja vermelho. O pragmatismo, porém, é idêntico.
O governo do Brasil pratica boçalidades múltiplas. Mas, atenção. Não se trata de boçalidade qualquer. As boçalidades bolsonaristas têm métodos e objetivos claros. O final das contas é a implantação de uma neoditatura de republiqueta de bananas no país. E todo o mundo sabe. A aloprada iniciativa provocará graves reações no cenário internacional. O boicote econômico será o primeiro cartão de visita das grandes potências.
Com a tramoia de periferia, Jair cumpriria um compromisso de campanha. O atual morador do Palácio da Alvorada prometeu atrasar os ponteiros do país em 50 anos. A oligarquia familiar já funciona a pleno vapor. O resto será consequência natural do descalabro.
As artimanhas do grupo palaciano preveem a aparição da “República Boçalnariana” do Brasil. O núcleo “pensante” do poder trabalha 24 horas para esse propósito. O projeto está em gestação. O estratagema apresenta três pontos básicos: intimidação da imprensa, destruição moral de adversários políticos e desmoralização das instituições do Estado Nacional.
Apenas uma sutileza natural da democracia impediria o êxito do embrionário regime totalitário: o funcionamento livre e independente do Congresso e Supremo Tribunal de Federal (STF). A imprensa é uma enorme pedra no meio do caminho, mas parte dela já está dominada ($$$$$). A oposição sucumbiu há mais de um ano.
Inequívocos sinais de avanço da patuscada foram emitidos nos primeiros meses desse novo ano. Dois movimentos escancararam a deplorável jogada: o apoio explícito ao motim da Polícia Militar (PM) do Ceará e o incentivo aos protestos de 15 de março.
Note bem. A Constituição Federal proíbe movimentos grevistas de policiais militares e integrantes das forças armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica). Veja o artigo 142, inciso IV, da carta magna. O escandaloso afago de Brasília aos amotinados cearenses tem uma explicação. O Brasil conta com um contingente de 500 mil PMs. Um suporte e tanto para qualquer tentativa golpista. Um detalhe: a Polícia Militar está em ebulição latente em mais dez unidades da federação.
Os protestos de 15 de março são emblemáticos. O ministro Augusto Heleno- um oficial mentalmente desabastecido- convocou a população para essa manifestação contra o Legislativo e STF. Uma iniciativa extremamente grave. Um sério atentado ao estado democrático de direito. E mais bizarro que o gesto do general de pijama foi a morna reação dos representantes dos outros poderes. Uma exceção: Celso de Mello, o decano do STF, emitiu dura nota de repúdio. Enquanto isso, escandalosa timidez dominou a excêntrica paisagem política.
Convém ficar atento. O volume do ronco das ruas, no próximo domingo (15/03), definirá os passos seguintes da peripécia quixotesca de Jair Bolsonaro et caterva. O ditador Hugo Chávez sempre teve considerável apoio popular. Como se vê, o caricato bolivariano tem um aluno exemplar em terras tupiniquins.