Publicada em 19/10/2019
FERNANDO SILVA: A BOÇALIDADE ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS
Por: Fernando Silva
A Força Superior, de onde tudo emana, é algo incognoscível. Essa constatação independe da concepção que cada um tenha do Deus. A natureza divina, portanto, esta acima da idiotice e estupidez, que são atributos tipicamente humanos. Nos dias de hoje- no Brasil e grande parte do planeta- prevalece o seguinte pragmatismo: “A boçalidade acima de tudo, Deus acima de todos”.
Eventos da semana passada demonstraram que a pátria tupiniquim vive sob o signo da imbecilidade. Resumiremos tudo nos acontecimentos dos últimos sete dias. Mas não faltam assuntos para a coleção de estapafúrdias dos dez meses anteriores. Então, em lugar de uma crônica, melhor seria produzir um livro com número incontável de páginas. Uma reencarnação do “Festival de Besteira que Assola o País”, o Febeapá de Stanislaw Ponte Preta. Bola pra frente.
No feriado de 12 de outubro, o país foi palco (ou picadeiro) de uma atividade internacional: o “Conservative Political Action Conference” (Cpac). Uma bizarrice importada dos Estados Unidos pelo americanófilo Carlos Bolsonaro, o quase futuro embaixador do bananal na terra de Tio Sam. A conferência ultraconservadora- que foi realizada num hotel de luxo, em São Paulo- custou R$ 1 milhão aos combalidos cofres público nacional (recurso do fundo partidário do PSL).
O ato até se assemelhou a uma assembleia da antiga Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), uma invenção do reacionário advogado Plinio Corrêa de Oliveira. A TFP fez muito sucesso no período da ditadura militar (1964 a 1985).
Em meio a um arsenal de figuras exóticas, Damares Alves conseguiu roubar a cena no Cpac. A titular do ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos produziu a mais esdrúxula das pérolas de sua extensa lavra. A madame, que até já teve um encontro com Jesus Cristo debaixo de uma goiabeira, disparou: “Estou aqui há 24 horas e ninguém me ofereceu ainda um cigarro de maconha e nenhuma menina introduziu um crucifixo na vagina”.
Damares deve ter algum problema, ou solução, com sexo. Ela fala “disso” o dia inteiro. Só pensa “naquilo”. É uma obsessão. Talvez seja hora da digníssima consultar um discípulo de Freud.
O domingo também reservou fortes emoções. Nada de santo como a cerimônia de canonização da irmã Dulce. Pelo contrário. O demoníaco bate- boca virtual entre o vereador Carlos Bolsonaro e Major Olímpio, líder do governo no Senado, incendiou as redes sociais. Os dois personagens não têm papas na língua. E nem noção do ridículo.
O filho dileto de Jair Bolsonaro atacou o senador paulista: “Quando é para usar minha casa e meu telefone para chegar perto do presidente parece uma cadela no cio! Diz defender Bolsonaro, imagino quem mais defende! Se dizia Márcio França, mas quando Doria venceu, foi voando conversar, mesmo contra o presidente! Conheço a sua laia, canalha.” O desabafo do popular 02 foi redigido no idioma português, por incrível que pareça.
Mas o líder (???) do governo (???) deu um jeito de retrucar no mesmo tom: “É compreensível a sua baixaria e desespero... quanto ao Doria, todos sabem que sou a maior oposição a ele em São Paulo. Você realmente só fala besteira ou é piadista. Não vou entrar nessa, moleque”.
E a era da “Nova Política” ainda não completou nem um ano. Imagine o que virá mais adiante. Enquanto isso, a oposição dormita tranquilamente em berço esplêndido. Nem precisa fazer outra coisa. Afinal, o governo Jair Bolsonaro é autofágico.
Por: Fernando Silva
A Força Superior, de onde tudo emana, é algo incognoscível. Essa constatação independe da concepção que cada um tenha do Deus. A natureza divina, portanto, esta acima da idiotice e estupidez, que são atributos tipicamente humanos. Nos dias de hoje- no Brasil e grande parte do planeta- prevalece o seguinte pragmatismo: “A boçalidade acima de tudo, Deus acima de todos”.
Eventos da semana passada demonstraram que a pátria tupiniquim vive sob o signo da imbecilidade. Resumiremos tudo nos acontecimentos dos últimos sete dias. Mas não faltam assuntos para a coleção de estapafúrdias dos dez meses anteriores. Então, em lugar de uma crônica, melhor seria produzir um livro com número incontável de páginas. Uma reencarnação do “Festival de Besteira que Assola o País”, o Febeapá de Stanislaw Ponte Preta. Bola pra frente.
No feriado de 12 de outubro, o país foi palco (ou picadeiro) de uma atividade internacional: o “Conservative Political Action Conference” (Cpac). Uma bizarrice importada dos Estados Unidos pelo americanófilo Carlos Bolsonaro, o quase futuro embaixador do bananal na terra de Tio Sam. A conferência ultraconservadora- que foi realizada num hotel de luxo, em São Paulo- custou R$ 1 milhão aos combalidos cofres público nacional (recurso do fundo partidário do PSL).
O ato até se assemelhou a uma assembleia da antiga Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), uma invenção do reacionário advogado Plinio Corrêa de Oliveira. A TFP fez muito sucesso no período da ditadura militar (1964 a 1985).
Em meio a um arsenal de figuras exóticas, Damares Alves conseguiu roubar a cena no Cpac. A titular do ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos produziu a mais esdrúxula das pérolas de sua extensa lavra. A madame, que até já teve um encontro com Jesus Cristo debaixo de uma goiabeira, disparou: “Estou aqui há 24 horas e ninguém me ofereceu ainda um cigarro de maconha e nenhuma menina introduziu um crucifixo na vagina”.
Damares deve ter algum problema, ou solução, com sexo. Ela fala “disso” o dia inteiro. Só pensa “naquilo”. É uma obsessão. Talvez seja hora da digníssima consultar um discípulo de Freud.
O domingo também reservou fortes emoções. Nada de santo como a cerimônia de canonização da irmã Dulce. Pelo contrário. O demoníaco bate- boca virtual entre o vereador Carlos Bolsonaro e Major Olímpio, líder do governo no Senado, incendiou as redes sociais. Os dois personagens não têm papas na língua. E nem noção do ridículo.
O filho dileto de Jair Bolsonaro atacou o senador paulista: “Quando é para usar minha casa e meu telefone para chegar perto do presidente parece uma cadela no cio! Diz defender Bolsonaro, imagino quem mais defende! Se dizia Márcio França, mas quando Doria venceu, foi voando conversar, mesmo contra o presidente! Conheço a sua laia, canalha.” O desabafo do popular 02 foi redigido no idioma português, por incrível que pareça.
Mas o líder (???) do governo (???) deu um jeito de retrucar no mesmo tom: “É compreensível a sua baixaria e desespero... quanto ao Doria, todos sabem que sou a maior oposição a ele em São Paulo. Você realmente só fala besteira ou é piadista. Não vou entrar nessa, moleque”.
E a era da “Nova Política” ainda não completou nem um ano. Imagine o que virá mais adiante. Enquanto isso, a oposição dormita tranquilamente em berço esplêndido. Nem precisa fazer outra coisa. Afinal, o governo Jair Bolsonaro é autofágico.