Publicada em 28/9/2019
O GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO TEM SÉRIOS SINTOMAS DE PSICOPATIA
Por: Fernando Silva
“A Polícia vai fazer o correto. Vai mirar na cabecinha e.... fogo”. Essa não é uma conversa de militar estressado. Essa colocação até seria compreensível, caso fosse o desabafo de um funcionário da segurança pública. Afinal, o policial brasileiro é mal remunerado, trabalha sob intensa pressão psicológica e depende de uma precária estrutura para cumprir com eficiência a sua tarefa.
A frase de abertura desse texto, porém, é de autoria de Wilson José Witzel. Esse senhor é um neopolítico. E ele só chegou ao poder graças ao colapso mental coletivo de parte do eleitorado. O beligerante falastrão já foi juiz de Direito. Pasmem! O apologista da violência institucional exerceu a magistratura.
Há dois meses, Witzel foi protagonista de uma cena patética, com negativa repercussão internacional. Um criminoso apoderou-se de um ônibus coletivo, em plena ponte Rio-Niterói. O delinquente manteve os passageiros sob a mira de uma arma de fogo durante horas. Foram momentos de muita tensão. A Polícia não teve alternativa. Agiu com parcimônia e executou o marginal. A ação radical evitou uma tragédia de proporção inimaginável.

O mandatário fluminense- bastante chegado a um exibicionismo barato- chegou ao local de helicóptero (uma presença totalmente desnecessária). O “astro” pulou literalmente da aeronave, ergueu os punhos cerrados e vibrou como um artilheiro no momento do gol. A volumosa pança do doutor acentuou ainda mais o grotesco espetáculo. Não se viu, porém, nenhum Sniper comemorando o êxito da operação. Afinal, uma pessoa morreu. Mas o chefe do Executivo carioca desconhece preceitos mínimos de dignidade, ética e solidariedade. Não tem a noção da grandeza do cargo que ocupa.
Esse sujeito é o grande responsável pelo caos na segurança pública do Rio de Janeiro. A ordem, na “cidade maravilhosa”, é abater um suspeito a qualquer custo. Na mente opaca de Witzel, a criminalidade só será eficientemente combatida por meio do extermínio em massa de bandidos. Mas, pobres e negros são as principais vítimas do desordenado tiroteio. E a Cidade Maravilhosa, com isso, vai se transformando em Cidade Cavernosa.
E, assim, desenvolve-se uma autêntica guerra na periferia mais carente da grande metrópole. Nesse fogo cruzado entre policiais e marginais, o cidadão comum sofre a pior das consequências: é alvo fácil de balas perdidas.
“Cova, a gente cava”, minimiza Witzel para justificar a carnificina nos conglomerados. Sim, o eventual morador do Palácio Guanabara tem razão. Uma cova foi aberta recentemente para receber o frágil cadáver de Ágatha Vitória Félix, morta precocemente aos oito anos de idade, durante uma ação da Polícia carioca, no Morro do Alemão.
Tempos estranhos esses em que vivemos. As ideias, atitudes e declarações de Wilson Witzel não são de pessoas normais. Pelo contrário. A retórica tosca é reveladora de sérios indícios de psicopatia.
PS: O general Antônio Hamilton Martins Mourão, vice-presidente da república, assim se manifestou sobre o assassinato da menina Ágatha Vitória Félix: “isso é guerra do narcotráfico. É aquela história. É a palavra de um contra o outro. E vocês sabem muito bem que, nessas regiões aí de favela, se o cara disser que foi traficante que atirou, no dia seguinte, ele está morto", acrescentou. Tenho sincera admiração pela trajetória profissional e capacidade intelectual desse oficial do Exército Brasileiro. Mas, em alguns momentos, ele parece ter mais estrelas no uniforme do que conteúdo útil no cérebro. Lamentável.
Por: Fernando Silva
“A Polícia vai fazer o correto. Vai mirar na cabecinha e.... fogo”. Essa não é uma conversa de militar estressado. Essa colocação até seria compreensível, caso fosse o desabafo de um funcionário da segurança pública. Afinal, o policial brasileiro é mal remunerado, trabalha sob intensa pressão psicológica e depende de uma precária estrutura para cumprir com eficiência a sua tarefa.
A frase de abertura desse texto, porém, é de autoria de Wilson José Witzel. Esse senhor é um neopolítico. E ele só chegou ao poder graças ao colapso mental coletivo de parte do eleitorado. O beligerante falastrão já foi juiz de Direito. Pasmem! O apologista da violência institucional exerceu a magistratura.
Há dois meses, Witzel foi protagonista de uma cena patética, com negativa repercussão internacional. Um criminoso apoderou-se de um ônibus coletivo, em plena ponte Rio-Niterói. O delinquente manteve os passageiros sob a mira de uma arma de fogo durante horas. Foram momentos de muita tensão. A Polícia não teve alternativa. Agiu com parcimônia e executou o marginal. A ação radical evitou uma tragédia de proporção inimaginável.

O mandatário fluminense- bastante chegado a um exibicionismo barato- chegou ao local de helicóptero (uma presença totalmente desnecessária). O “astro” pulou literalmente da aeronave, ergueu os punhos cerrados e vibrou como um artilheiro no momento do gol. A volumosa pança do doutor acentuou ainda mais o grotesco espetáculo. Não se viu, porém, nenhum Sniper comemorando o êxito da operação. Afinal, uma pessoa morreu. Mas o chefe do Executivo carioca desconhece preceitos mínimos de dignidade, ética e solidariedade. Não tem a noção da grandeza do cargo que ocupa.
Esse sujeito é o grande responsável pelo caos na segurança pública do Rio de Janeiro. A ordem, na “cidade maravilhosa”, é abater um suspeito a qualquer custo. Na mente opaca de Witzel, a criminalidade só será eficientemente combatida por meio do extermínio em massa de bandidos. Mas, pobres e negros são as principais vítimas do desordenado tiroteio. E a Cidade Maravilhosa, com isso, vai se transformando em Cidade Cavernosa.
E, assim, desenvolve-se uma autêntica guerra na periferia mais carente da grande metrópole. Nesse fogo cruzado entre policiais e marginais, o cidadão comum sofre a pior das consequências: é alvo fácil de balas perdidas.
“Cova, a gente cava”, minimiza Witzel para justificar a carnificina nos conglomerados. Sim, o eventual morador do Palácio Guanabara tem razão. Uma cova foi aberta recentemente para receber o frágil cadáver de Ágatha Vitória Félix, morta precocemente aos oito anos de idade, durante uma ação da Polícia carioca, no Morro do Alemão.
Tempos estranhos esses em que vivemos. As ideias, atitudes e declarações de Wilson Witzel não são de pessoas normais. Pelo contrário. A retórica tosca é reveladora de sérios indícios de psicopatia.
PS: O general Antônio Hamilton Martins Mourão, vice-presidente da república, assim se manifestou sobre o assassinato da menina Ágatha Vitória Félix: “isso é guerra do narcotráfico. É aquela história. É a palavra de um contra o outro. E vocês sabem muito bem que, nessas regiões aí de favela, se o cara disser que foi traficante que atirou, no dia seguinte, ele está morto", acrescentou. Tenho sincera admiração pela trajetória profissional e capacidade intelectual desse oficial do Exército Brasileiro. Mas, em alguns momentos, ele parece ter mais estrelas no uniforme do que conteúdo útil no cérebro. Lamentável.