Publicada em 31/8/2019
JAIR BOLSONARO TRANSFORMOU SÉRGIO MORO NUM ZUMBI DE LUXO
Por: Fernando Silva
Acompanhe o relato de uma partida de futebol surrealista. Em pleno Mineirão, Atlético e Corinthians decidem uma final da Libertadores da América. O estádio está lotado. As torcidas estão em êxtase. O árbitro é Héber Roberto Lopes (o carecão do Paraná).
O jogo é duro. O embate caminha para o seu final. Persiste um teimoso 0x0 no placar. No limite da emoção, a Copa será decidida numa disputa de pênaltis. Os cronômetros assinalam 48 minutos do segundo tempo. O clima é de tensão.
De repente, o imponderável bizarro faz uma jogada fatal. O último lance do jogo está para acontecer. Um escanteio a favor da equipe paulista. O lateral direito Fagner alça a bola na área do Galo. O juiz paranaense sobe mais que o zagueiro Réver e mete a cabeçorra na pelota. Um golaço.
É incrível. Perplexidade geral. A surpresa impediu a reação do goleiro Victor. O homem do apito decidiu a competição. Lopes abraça os jogadores do timão e encerra a partida.
Esse conto fantasioso ilustra a atuação de um juiz extremamente parcial. Agora um acontecimento da vida real. Haveria eleições em 2018. Os contendores estavam de olho no Palácio do Planalto. A disputa, porém, não estava tão acirrada. O ex-presidente Lula era franco favorito. O petista disparou nas pesquisas de opinião.
A vitória parecia inevitável. Parecia. Até que pintou outro juiz do Paraná. Dessa feita, um cabeludo. O magistrado- um novo astro global (do planeta e principalmente da emissora dos Marinho)- inventa um triplex no Guarujá. Moro não tinha a mínima prova de que o líder da corrida eleitoral fosse dono do imóvel. Mesmo assim assinalou o tiro fatal na marca do pênalti. Lula foi encarcerado aos 50 minutos do segundo tempo. Consequência: um parlamentar do baixíssimo clero subiu a rampa do Planalto.
Moro, Dallagnol e Jair comemoraram muito o resultado das urnas. Foi mais uma vitória com ajuda de um suspeito paranaense. O triunfo de um juiz muito mais que parcial. A primeira história (aquela do carecão) é uma peça de ficção. A segunda narrativa é uma realidade com cara de ficção.
As “heterodoxas” atitudes de Moro garantiram a vitória do “mito”.
E o futuro ficou bastante promissor para o meritíssimo da república de Curitiba. A recompensa viria a galope. Ele seria a estrela de primeira grandeza do novo governo. Brilharia muito mais que o sol. A premiação pelo seu desempenho seria de enorme magnitude: o popular Russo ganharia o Ministério da Justiça. Depois ocuparia uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Num último ato, daria uma rasteira no próprio Bolsonaro. A presidência da republiqueta de bananas seria a coroação de tão “brilhante” trajetória. O arremate de todas as trapaças “legais”.
Mas aí a vaca tomou o rumo do brejo. Entrou em cena a inevitável lei de causa e efeito. Aqui se faz, aqui se paga. Brotou um “The Intercept Brasil” no meio do caminho. E, no meio desse caminho, o capitão percebeu as intenções do antigo juiz parcial.
O pai de Flávio não perdoa traições. Isso, jamais. E, de cara, meteu Sérgio numa potente frigideira. A agora estrela anã está a um passo do micro-ondas.
O pai de Carlos abriu ainda um baú repleto de humilhações. Mandou para o espaço o projeto de combate à criminalidade e interferiu na Polícia Federal. Zombou da estrela cadente curitibana, ao vivo, durante uma life matinal: “você, Sérgio Moro, vai fazer troca-troca com Ricardo Salles?”, indagou o ferino Jair. A plateia de puxa - sacos caiu na gargalhada. O constrangimento bateu na fronteira do tolerável.
E aqui está o tiro de misericórdia: o presidente acabou com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a galinha dos ovos de ouro do ministro de fachada. Resumo da ópera: o pai de Eduardo transformou Sérgio Moro numa estatueta decorativa de uma salinha qualquer do edifício do poder maior do país. O antigo “pop star” do Judiciário não tem mais serventia. A demissão (forçada ou não) é uma questão de tempo. A caneta Bic do chefe de governo é infalível. O ex- grande astro da companhia perambula, a esmo, pelos sombrios corredores de Brasília. O “dono” da Lava Jato agora é um assustador zumbi à procura do seu destino.
PS- Efeito zumbi: Na última terça-feira, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STF) anulou a condenação imposta pelo então juiz Sérgio Moro ao ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Abriram-se as porteiras(ou as grades).
Por: Fernando Silva
Acompanhe o relato de uma partida de futebol surrealista. Em pleno Mineirão, Atlético e Corinthians decidem uma final da Libertadores da América. O estádio está lotado. As torcidas estão em êxtase. O árbitro é Héber Roberto Lopes (o carecão do Paraná).
O jogo é duro. O embate caminha para o seu final. Persiste um teimoso 0x0 no placar. No limite da emoção, a Copa será decidida numa disputa de pênaltis. Os cronômetros assinalam 48 minutos do segundo tempo. O clima é de tensão.
De repente, o imponderável bizarro faz uma jogada fatal. O último lance do jogo está para acontecer. Um escanteio a favor da equipe paulista. O lateral direito Fagner alça a bola na área do Galo. O juiz paranaense sobe mais que o zagueiro Réver e mete a cabeçorra na pelota. Um golaço.
É incrível. Perplexidade geral. A surpresa impediu a reação do goleiro Victor. O homem do apito decidiu a competição. Lopes abraça os jogadores do timão e encerra a partida.
Esse conto fantasioso ilustra a atuação de um juiz extremamente parcial. Agora um acontecimento da vida real. Haveria eleições em 2018. Os contendores estavam de olho no Palácio do Planalto. A disputa, porém, não estava tão acirrada. O ex-presidente Lula era franco favorito. O petista disparou nas pesquisas de opinião.
A vitória parecia inevitável. Parecia. Até que pintou outro juiz do Paraná. Dessa feita, um cabeludo. O magistrado- um novo astro global (do planeta e principalmente da emissora dos Marinho)- inventa um triplex no Guarujá. Moro não tinha a mínima prova de que o líder da corrida eleitoral fosse dono do imóvel. Mesmo assim assinalou o tiro fatal na marca do pênalti. Lula foi encarcerado aos 50 minutos do segundo tempo. Consequência: um parlamentar do baixíssimo clero subiu a rampa do Planalto.
Moro, Dallagnol e Jair comemoraram muito o resultado das urnas. Foi mais uma vitória com ajuda de um suspeito paranaense. O triunfo de um juiz muito mais que parcial. A primeira história (aquela do carecão) é uma peça de ficção. A segunda narrativa é uma realidade com cara de ficção.
As “heterodoxas” atitudes de Moro garantiram a vitória do “mito”.
E o futuro ficou bastante promissor para o meritíssimo da república de Curitiba. A recompensa viria a galope. Ele seria a estrela de primeira grandeza do novo governo. Brilharia muito mais que o sol. A premiação pelo seu desempenho seria de enorme magnitude: o popular Russo ganharia o Ministério da Justiça. Depois ocuparia uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Num último ato, daria uma rasteira no próprio Bolsonaro. A presidência da republiqueta de bananas seria a coroação de tão “brilhante” trajetória. O arremate de todas as trapaças “legais”.
Mas aí a vaca tomou o rumo do brejo. Entrou em cena a inevitável lei de causa e efeito. Aqui se faz, aqui se paga. Brotou um “The Intercept Brasil” no meio do caminho. E, no meio desse caminho, o capitão percebeu as intenções do antigo juiz parcial.
O pai de Flávio não perdoa traições. Isso, jamais. E, de cara, meteu Sérgio numa potente frigideira. A agora estrela anã está a um passo do micro-ondas.
O pai de Carlos abriu ainda um baú repleto de humilhações. Mandou para o espaço o projeto de combate à criminalidade e interferiu na Polícia Federal. Zombou da estrela cadente curitibana, ao vivo, durante uma life matinal: “você, Sérgio Moro, vai fazer troca-troca com Ricardo Salles?”, indagou o ferino Jair. A plateia de puxa - sacos caiu na gargalhada. O constrangimento bateu na fronteira do tolerável.
E aqui está o tiro de misericórdia: o presidente acabou com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a galinha dos ovos de ouro do ministro de fachada. Resumo da ópera: o pai de Eduardo transformou Sérgio Moro numa estatueta decorativa de uma salinha qualquer do edifício do poder maior do país. O antigo “pop star” do Judiciário não tem mais serventia. A demissão (forçada ou não) é uma questão de tempo. A caneta Bic do chefe de governo é infalível. O ex- grande astro da companhia perambula, a esmo, pelos sombrios corredores de Brasília. O “dono” da Lava Jato agora é um assustador zumbi à procura do seu destino.
PS- Efeito zumbi: Na última terça-feira, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STF) anulou a condenação imposta pelo então juiz Sérgio Moro ao ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Abriram-se as porteiras(ou as grades).